sábado, 21 de julho de 2012

TERRA SEDENTA

 Terra sem uso, quase virgem...
Terra imêmore...
Terra erma e solitária,
que o tempo ao acaso
fecundou de cores.
Terra perdida e desvendada
arada pelo jovem lavrador
que a surpreende!
Terra lavrada de vida
Onde em diversidade
foi semeada, terra viva!
Aves, e borboletas,
que nela fizeram morada,
Terra bela, terra amada...
Pela própria natureza,
em si mesma estimada...
Que recebe a chuva forte
de beijos molhados,
de mãos enormes
que a amaciam e revolvem...
em frenesi e desejo...
Corpos molhados
misturam-se à argila morna.
Delícia e prazer sem nome...
Contrastes e densidades
Que compõe na diferença
uma beleza infinda...
Terra que recebe o leite,
néctar do amor
a invadir-lhe as entranhas,
a escorrer-lhe pelas grotas
que deságuam nesse mar...
Mar de céu azul, e
imensa correnteza...
de amor sem limites,
em profundo oceano.
Terra linda, em plena primavera...
Já quase no inverno da vida...
Recebe o presente amor de Deus
Que da à sua existência sentido
A terra sedenta,
fêmea faminta foi saciada!

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