quarta-feira, 27 de março de 2013

NA ESCUTA ATENTA



Na escuta atenta,
O outro a mim se revela
Seus fazeres e dizeres
Que me chamam a atenção

A beleza indizível

Delicadeza e estímulo

Aproximam-me de Deus.

De outro modo podem me espantar.

Gestos por vezes descuidados.

Desatentos ao entorno,

E às vezes violentos!

Estes me repelem...



O que me revela o outro

Abre frestas e janelas...

De onde eu observo,

posso também me perceber.

Nessa escuta atenta

é que do outro aprendo a ser!

Porque sou processo...

e o outro é sempre mestre!



Principalmente quando me ensina 
como eu não quero ser!


Zeni Bannitz
Enviado por Zeni Bannitz em 28/03/2013
Código do texto: T4211370 

sábado, 23 de março de 2013



POEMA DE UM SONHO A QUATRO MÃOS





A vida segue seu rumo... incerto...
O tempo acentua certas fendas... e rasuras...
Aumenta distâncias...
faz crescer barreiras onde havia caminhos...
Que tornam-se enormes, intransponíveis...
Digo que sou feita de curvas e abismos...
E você me diz que fica com as curvas
e não com abismos,
que vislumbra os vales pra voar...
Eu penso, mas não digo...
Se quiser as curvas
vai ter que mergulhar no abismo...!...
No meu abismo, se mergulhar, encontrará
o que é profundo e verdadeiro em mim!
E digo: - Só voa quem mergulha!
E você replica:
- todo voo é um mergulho, tem sua profundidade...
Abismos são curiosos, mas nem sempre ao serem explorados revelam belezas. Os vales nos encantam desde o primeiro olhar!
E eu concordo...
Sim belíssimos... e não sei de onde surge o mar...
com a Lua cheia nascendo imensa por trás...
deixando um rastro de luz...
a escorrer lentamente
até a Lua ir-se de manhãzinha...
- Adoro essa sua chatice... lhe digo...
-Você sabe dos contos de mil e uma noites?
Pergunta-me você!
E eu penso iniciamos agora a primeira...

Zeni Bannitz & Flávio Roquetti (in memorian)
Zeni Bannitz
Enviado por Zeni Bannitz em 23/03/2013
Código do texto: T4203637 

COMO? (POESIA SOCIAL)


COMO?
Como mudar o que está posto?

Como fazer diferente?

Quando todos são indiferentes...

Como abrir novas trilhas?


Como escapar do imbróglio?

Quando os caminhos estão marcados...

Como abrir corações fechados?

Existe uma crise sim, ela é afetiva!

É crise mundial, Ela é local...

E também pessoal...!...


Ela é parte de nós... pois somos um...

Como acordar sensibilidades...

Se tudo parece banal?

Se o que falo parece bobagem:

Que a ternura é fundamental!

Que o respeito é primordial...

Que a solidariedade muda o mundo...

Que só pensa assim uma minoria, excluída!

Que ridiculariza a ação concreta pela paz!

A mim não importa da massa fazer parte!

Desse grupo obtuso, fechado que detém o poder,

Estão em toda parte, e querem manter tudo igual!

Estão sempre todos contra todos, para se eleger...

E destroem quem ame e deseje concretamente

Que a educação aconteça de verdade!

Em clima de paz e igualdade...

Porque ensino e aprendizagem

é afeto, e movimento que acolhe diferenças!

Como mudar? Como?...



Zeni Bannitz
Enviado por Zeni Bannitz em 23/03/2013

Código do texto: T4203654 

AÇÃO CONCRETA (DECLINATO EXPERIMENTAL)


AÇÃO CONCRETA
E se nós formos olho no olho, vibrantes em nosso viver?
Dos sentidos, o afeto direto, que elege!
Exalta a presença, e se torna opção!
Unidos partilhando ternura...
Querendo
Brigando
Brincando
Ação concreta e pura!
Que gera mais vida na vida...
É o amor que acende a alegria no coração!
Renova a alma e a contagia! Transformando o ser!

Um exercício poético: busquei fazer deste poema um Declinato: 11 linhas que formam uma parábola aberta, onde a 4º, 5º, 6º versos tem uma só palavra e a 1ª e a 11ª tem a mesma métrica. Será que consegui?



O QUE SOMOS (DECLINATO EXPERIMENTAL)


  O QUE SOMOS?

Significamos o afeto que emanamos ao nos relacionar?
No fulgor do sorriso, no brilho do olhar.
Sincera guarida de denso anseio
Guarda calor e permanece
Desvelo
Afago
Cuidado
Ou não somos nada se quer?...
Se toda intensidade recolhida estiver?
A ninguém direcionada. A nós não retornará!
Sem nos vermos refletidos no outro nada seremos!



Um exercício poético: busquei fazer deste poema um Declinato: 11 linhas que formam uma parábola aberta, onde a 4º, 5º, 6º versos tem uma só palavra e a 1ª e a 11ª tem a mesma métrica. Será que consegui?

sexta-feira, 22 de março de 2013

MOMENTOS


MOMENTOS

Amaria eternizar
alguns instantes
Que de tão radiantes
nem os consigo expressar

Na janela onde me aninho
Sentindo o ar a me acariciar
Vejo pássaros voltando ao ninho
Despedindo-se do sol a gorjear

O Verde em tons é tão lindo
Ao azul do céu se contrastar
Que troca seu véu devagar...
Do azul claro ao escuro vai-se indo...

Até tudo nas sombras deixar
De negro tudo cobrindo
O belo balé de puro encanto.
Deixa-me em transe vibrar.

O cheiro do fim de tarde
Emana algo de terra e mar,
E flores da época a perfumar.
Nostalgia que no peito arde...

Volto do transe bem leve...
Por um sabiá da praia chamada
Na laranjeira um pouso breve
Pisca seus olhinhos sai em revoada

Alça voo, e eu lhe digo adeus.
Com todos os meus sentidos
Muito agradecida a Deus
Por tanta beleza ter percebido!

sexta-feira, 15 de março de 2013

FEBRE



Tenho febre nestes dias
Meu corpo pede sossego...
Meu coração tem urgência.
Meu corpo quer aconchego.
Quero paz, quero a certeza.
De que nada mais me ferirá...

MAR


MAR

Imenso e manso

Amar no mesmo tanto...

Maremoto vem 
e se estingue


Ah o mar, nunca desiste...

Beijando a areia insistente!

E nela morrendo sempre...

Assim mesmo é o amor...

Se morrer na areia...

Renascerá como a força das marés

Com o beijo primordial que o gerou...